Conversas Elementares sobre a Tabela Periódica: O "pesadelo" de Mendeleev

25/09/2019 a 25/09/2019 Auditorium of the Library, FCT NOVA Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa

Abstract: 
O sistema periódico dos elementos, apesar de poder ser considerado fruto de um processo evolutivo, teve em Dmitri Mendeleiev o seu maior criador e o maior impacto produzido na comunidade científica. A sua sistematizada elaboração na horizontal, fundamentada no conceito de peso atómico, servia também as propriedades dos elementos. Muitas foram as suas previsões acertadas, em termos de elementos por descobrir, suas propriedades físicas e químicas, e também de incorreções nos pesos atómicos.
A Tabela Periódica nasceu em 1869. Era aparentemente um sistema completo, produto definitivo, desde que o futuro se encarregasse de preencher os elementos em falta e corrigisse os erros apontados. Mas não era.
O verdadeiro pesadelo de Mendeleev começou com a descoberta dos “gases raros” ou “gases nobres”, que não são raros nem nobres. Como incorporá-los no sistema periódico? Outra luta difícil foi a inclusão das “terras raras”, cujos elementos se multiplicavam e pareciam nascer de outros elementos. E que dizer das descobertas dos Curie, da radioatividade e da transmutação? Aceitá-las, disse Mendeleev, só ressuscitando o “éter”! E, afinal, um elemento era um entidade caracterizada pelo seu peso atómico. Decompor um átomo? Impossível! Se o eletrão já lhe foi difícil de aceitar, podemos imaginar o que teria sofrido Mendeleev se tivesse vindo a conhecer o núcleo, protões, neutrões, o número atómico e as centenas de partículas subnucleares.
Mas a Tabela Periódica sobrevive, vai para 150 anos. Em grande parte porque a Química, essencialmente reacional, pode operar num nível que permite a abstração da estrutura mais profunda da matéria.


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Publicado/editado: 10/05/2019